Síndrome

Não te enganes, amigo

É cheiro de morte, sim.

Pavor da voz, do passo incerto

Da taquicardia

Do minuto seguinte

Pavor do pavor.

O absoluto caos

Em cada esquina

Por trás de cada porta

Em cada olhar.

Um trago duplo

Um antidistônico

Só dão um tempo e a certeza

Do retornar mais terrível.

Não feches, não abras as mãos

Não as coloque em nenhum lugar

Porque nada mais é seguro.

Não pises

Não fales não cales

Não olhes

Não ouças nada do que se diga

Agora, e não creias em nada

Do que foi dito antes.

Nada importa.

É que no próximo ato

Certamente, o abismo te aguarda.

 

 

                  Francisco Cleóbulo Teixeira

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